O nome do ministro da Casa Civil, Rui Costa, está circulando intensamente entre o Congresso e o Palácio do Planalto em Brasília.
Embora apontado como um foco de embate dentro da equipe de Lula e um possível entrave na articulação política, Costa é claro ao se posicionar: “O que eu tenho a ver com isso efetivamente? Nada. Eu não estou envolvido na articulação política.”
Costa adota uma abordagem pragmática ao diagnosticar o cenário enfrentado pelo governo de Lula. “O presidente está lidando com um cenário muito desafiador. O governo anterior abriu mão de governar. Metade do Orçamento foi capturado pelo Congresso. Não há nenhum país no mundo que funcione dessa maneira. É crucial refletir sobre isso. As chances de uma governança eficaz nesse modelo são reduzidas”, afirma.
O chefe da Casa Civil critica a atual distribuição dos recursos públicos, comparando-a a um “aerosol”, dispersa e pulverizada. “É uma política pulverizada. O dinheiro é espalhado. E o que é um aerosol? Quando você olha, não vê nada.”
Em relação às críticas sobre a responsabilidade fiscal do governo, Costa responde: “O governo tem se dedicado a cobrir os buracos que herdamos. Não houve grandes benefícios que criamos do zero. O que fizemos –e estamos fazendo– é tentar controlar os vários fronts de gastos.”
O Planalto enfrenta uma semana desafiadora, com a derrota da proposta de Fernando Haddad (Fazenda) para a desoneração, um regime tributário diferenciado para 17 setores da economia.
Costa, que é visto internamente como crítico de Haddad, distancia-se do episódio, mencionando que não estava no Brasil durante o embate no Senado, e vê na crise uma “janela de oportunidade”.
“Agora, empresários, Congresso e Fazenda precisam encontrar uma solução efetiva para compensar a desoneração. É na negociação que encontraremos uma solução”, conclui Costa.