O Profissão Repórter desta terça-feira (11) destacou o caso de um pai preso após ser filmado abusando de sua filha menor de idade, que está internada na UTI.
Os vídeos foram gravados pela equipe de enfermagem do hospital durante a madrugada de maio. Os funcionários suspeitaram das ações do pai e perceberam mudanças no comportamento da adolescente.
O programa abordou o tema do estupro de vulnerável nesta semana, um crime que se aplica a situações em que a vítima é uma criança ou adolescente com menos de 14 anos ou sem capacidade de discernimento no momento do ato, incapaz de se defender. No Brasil, são relatadas 56 mil denúncias de estupro de vulnerável por ano, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o que equivale a 153 casos por dia e seis a cada hora.
As histórias são sensíveis, porém cruciais como alerta para a proteção de crianças e adolescentes.
Sob condição de anonimato, duas funcionárias concordaram em falar e relataram o que testemunharam. O incidente ocorreu em São Paulo.
“Percebemos que quando ela estava com o pai, era quando ela ficava mais agitada, com taquicardia. Toda a equipe ficou em alerta, porque não queríamos acreditar no que estávamos vendo ali. Era uma situação de abuso”, disse uma das funcionárias.
Outra profissional descreveu o comportamento do pai:
“Ele acariciava o seio dela. Vi isso duas vezes na sexta-feira à noite. Ele abria a fralda dela e nós o repreendemos, dizendo para não fazer aquilo. Ele mexia muito na perna, dava beijos de canto de boca, esfregava-se na beira da cama e, ao sair, arrumava a roupa e ia para o banheiro.”
Durante as investigações, a polícia ouviu sete funcionários do hospital como testemunhas. Segundo os relatos, o homem fechava a cortina ao redor da cama na UTI.
O laudo do IML confirmou que a adolescente apresentava “lesões compatíveis com a prática de atos libidinosos”. O homem foi preso em 13 de maio e é réu por estupro de vulnerável.
O advogado do acusado afirma que seu cliente nega veementemente as acusações, argumentando que as gravações não confirmam precisamente a prática do crime e que, portanto, ele deve ser considerado inocente até prova em contrário.
A garota foi internada após uma parada cardiorrespiratória que resultou em sequelas, e permanece sob cuidados hospitalares.
O programa também entrevistou delegados envolvidos no caso.
“O exame de corpo de delito foi crucial para constatarmos o abuso sexual e as lesões resultantes desse abuso cometido por esse pai”, disse Kelly Cristina Sacchetto, delegada seccional de São Bernardo do Campo. “É uma situação em que alguém completamente vulnerável foi abusada por aquele que deveria protegê-la. São casos que nos tocam profundamente como seres humanos.”
